domingo, 15 de fevereiro de 2015

RELATOS DE VIAGEM À PATAGÔNIA - DIA 09


17 de Março de 2014

Acordar, levantar, tomar o café da manhã e sair. Essa foi a rotina de quase todos os dias nessa viagem. A diferença estava na conjugação do verbo sair. Às vezes era sair para dar uma volta e retornar ao hotel, às vezes era deixar o hotel e tomar a estrada. Foi assim nesse nono dia de viagem pela Argentina. Pelo menos não saímos tão cedo, eram dez horas.

Próximo destino: Hostelaria Mirador del Plaine (http://www.miradordelpayne.com/), do outro lado do Lago Sarmiento, no meio de lugar nenhum, ao lado da Laguna Verde. Com uma belíssima visão das montanhas. No entanto, o mais bonito e aventureiro do dia estava no caminho entre o Hotel do Lago Grey e o mirador del Plaine. Numa parada à beira da estrada vislumbramos o Mirador del Condor, uma montanha nem tão bela, mas que do alto dela podíamos vislumbrar o Nido del Condor, esta sim, uma belíssima montanha ao redor da qual víamos várias aves voando. Claro que meu espírito escalador resolveu subir a montanha. Era uma subida nem tanto íngreme, muito embora o caminho era difícil, apesar da rota ser bem marcada. A subida, uns dois mil metros, demorou bem mais de uma hora. Nem tanto pela dificuldade, sim porque a paisagem vista lá de cima era deslumbrante. E também porque nossos acompanhantes não estavam em boa forma e não me acompanharam, apenas uma companheira chegou pouco depois de mim no cume da montanha (brava companheira). Vale a pena. Em seguida, retomamos o rumo de nosso destino, a estrada de terra que nos levou ao Mirador del Plaine nos reservou ainda belas surpresas paisagísticas. Com direito ainda a uma parada em uma cachoeira, gelada, com muita ventania, para um merecido lanche.

A Hosteria Mirador del Plaine é, na verdade, uma estância às margens da Laguna Verde, com cavalos, bois e vacas. Um grande cão labrador veio nos receber todo brincalhão. Atrás dele veio uma senhora gorduchinha, cara de uns quarenta anos, ou menos, toda alegre e receptiva. Ela logo nos encaminhou aos quartos que nos foram reservados e deu explicações genéricas sobre o funcionamento local, que não tem luz. Aliás, tinha luz entre dezenove e vinte e quatro horas e, pela manhã, entre sete e doze horas. A luz é fornecida por um gerador local, daí a economia.

Depois de nos instalarmos demos uma caminhada nas proximidades, um lugar muito bonito. À noite jantamos na casa principal da estância, havia um outro casal que chegou quase junto conosco. Um maître bem informado no assunto gastronômico nos serviu uma sopa de legumes, salada de tomates (deliciosos diga-se), alface e vagem, salmão sobre um risoto muito bom. Nota: o salmão estava muito assado, melhor seria se um pouco mais cru. O vinho, um carmenère, uma delícia. O preço, como tudo que pagamos no Chile, salgado: cento e quarenta dólares.










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