17 de Março de 2014
Acordar, levantar, tomar o café da manhã e sair. Essa foi a
rotina de quase todos os dias nessa viagem. A diferença estava na conjugação do
verbo sair. Às vezes era sair para dar uma volta e retornar ao hotel, às vezes
era deixar o hotel e tomar a estrada. Foi assim nesse nono dia de viagem pela
Argentina. Pelo menos não saímos tão cedo, eram dez horas.
Próximo destino: Hostelaria Mirador del Plaine (http://www.miradordelpayne.com/), do
outro lado do Lago Sarmiento, no meio de lugar nenhum, ao lado da Laguna Verde.
Com uma belíssima visão das montanhas. No entanto, o mais bonito e aventureiro do
dia estava no caminho entre o Hotel do Lago Grey e o mirador del Plaine. Numa
parada à beira da estrada vislumbramos o Mirador del Condor, uma montanha nem
tão bela, mas que do alto dela podíamos vislumbrar o Nido del Condor, esta sim,
uma belíssima montanha ao redor da qual víamos várias aves voando. Claro que
meu espírito escalador resolveu subir a montanha. Era uma subida nem tanto
íngreme, muito embora o caminho era difícil, apesar da rota ser bem marcada. A
subida, uns dois mil metros, demorou bem mais de uma hora. Nem tanto pela
dificuldade, sim porque a paisagem vista lá de cima era deslumbrante. E também
porque nossos acompanhantes não estavam em boa forma e não me acompanharam,
apenas uma companheira chegou pouco depois de mim no cume da montanha (brava
companheira). Vale a pena. Em seguida, retomamos o rumo de nosso destino, a
estrada de terra que nos levou ao Mirador del Plaine nos reservou ainda belas
surpresas paisagísticas. Com direito ainda a uma parada em uma cachoeira,
gelada, com muita ventania, para um merecido lanche.
A Hosteria Mirador del Plaine é, na verdade, uma estância às
margens da Laguna Verde, com cavalos, bois e vacas. Um grande cão labrador veio
nos receber todo brincalhão. Atrás dele veio uma senhora gorduchinha, cara de
uns quarenta anos, ou menos, toda alegre e receptiva. Ela logo nos encaminhou
aos quartos que nos foram reservados e deu explicações genéricas sobre o
funcionamento local, que não tem luz. Aliás, tinha luz entre dezenove e vinte e
quatro horas e, pela manhã, entre sete e doze horas. A luz é fornecida por um
gerador local, daí a economia.
Depois de nos instalarmos demos uma caminhada nas
proximidades, um lugar muito bonito. À noite jantamos na casa principal da
estância, havia um outro casal que chegou quase junto conosco. Um maître bem
informado no assunto gastronômico nos serviu uma sopa de legumes, salada de
tomates (deliciosos diga-se), alface e vagem, salmão sobre um risoto muito bom.
Nota: o salmão estava muito assado, melhor seria se um pouco mais cru. O vinho,
um carmenère, uma delícia. O preço, como tudo que pagamos no Chile, salgado:
cento e quarenta dólares.
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