segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

QUEM TEM MEDO DE ENVELHECER?

Medo de envelhecer, quem não tem? Até os cinquenta e poucos anos nem me passava pela cabeça que envelheceria. Meu tempo era totalmente ocupado pelo trabalho, pelas relações familiares e relações pessoais. Não havia espaço em minha agenda para pensar no óbvio: o tempo passa.

O baque veio aos sessenta anos, com a aposentadoria. E depois com um divórcio e a solidão típica de quem, de repente, vê seu futuro se encher de hoje e ser obrigado a dar conta dele. Só então percebi que o futuro era só aparência e que o único tempo que existe é o presente.

E então, o medo de envelhecer nos assola ao acordar e não ter ninguém a seu lado, os filhos moram longe e cada um cuida de sua vida (ainda bem), e você tem mais vinte e quatro horas para fazer o seu melhor.

Claro, tudo isso passa. O que precisa é aproveitar que o passado ficou para trás e o futuro, de fato, não existe. Agora, o que vale é ter um bom projeto para viver o seu presente da melhor maneira possível. Foi assim que fiz. Escrevi meu projeto de vida para chegar aos cem anos saudável e lúcido.

Quer conhecer um pouco deste projeto? Ele já está em curso. Você pode acompanhar lá no meu canal Youtube (www.youtube.com/MrPcventura), e aqui neste meu blog. Podemos manter este diálogo nos muitos anos que ainda temos pela frente. Venha! 

NOVOS MEDOS


A pandemia nos trouxe medos diferentes, além do natural medo da morte, que todos temos. Veio o medo da perda de pessoas queridas. Nesses dois anos de pandemia perdi uns cinco amigos diretos e muitos conhecidos, amigos e parentes de amigos. Nem foi possível chorar por eles. Não tiveram aquele velório com vigília noturna e café quente (até mesmo uma cachacinha) para nos esquentar durante a madrugada. Velório é aquele em que a gente encontra velhos amigos e parentes há muito não vistos e ficamos nos falando sobre os velhos tempos.

Agora temos medo da tosse do vizinho, do abraço apertado da amiga que nos abraçava sempre que nos via e do chamego gostoso de primos e primas. Este medo moderno, contemporâneo, é assustador. Veio para ficar? O que temos a aprender com ele? Será que aprendemos?

Alguns dizem que trouxe a solidariedade. Será? A solidariedade existe onde sempre existiu: entre os iguais na dor. A pandemia não nos trouxe a solidariedade social, organizacional, institucional. Se aqueles que deveriam divulgar, difundir e espalhar a solidariedade pelos quatro cantos e, com exemplos, dar atenção e apoio aos que mais necessitam, sonegam vacinas a crianças e afirmam que cloroquina, condenada no mundo inteiro, é melhor que vacina, quem nos acudiria?

Aumentaram as desigualdades sociais, os preços foram às alturas em nome de uma internacionalização de custos, o desmatamento aumentou em demasia, mortes de indígenas, negros e população LGTBQ+ bateram recordes, violência doméstica cresceu, o custo do sistema político antidemocrático mais que duplicou, o agronegócio acumula lucros enquanto a fome aumenta. A boiada passa, enfim, como sugeriu o ex-ministro.

O que aprendemos, então? Aprendemos que a dor continua solitária.

CARTA PARA EU CRIANÇA

  Não me lembro do dia em que esta foto foi tomada. Minha irmã, essa aí dos olhos arregalados, era um bebê de alguns meses e eu devia ter me...