O
olhar dela me lança bolas de luz, como uma catapulta irradiante. Antes, eu me desviava,
hoje absorvo cada gota iluminada. Quem sabe não me transformo em uma tocha
humana!
Amadurecimento e envelhecimento saudáveis são possíveis. As dores e os amores ao envelhecer são temas do autor ao escrever sobre seu próprio envelhecimento, com humor e conteúdo. Sigam o “blog”. Algumas boas ideias podem aparecer.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
domingo, 29 de outubro de 2017
PEREGRINO
Saulo
levou uma vida de peregrino. Durante os mais de sessenta anos de existência
contabilizou trinta e cinco endereços. O início foi no berço, com um pai
construtor de estradas. Uma vez
peregrino, sempre peregrino, é construtor de histórias. A estrada continua sendo sua
principal fonte.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
TUBO
Estou
muito cansado para escrever um microconto interessante. Tomei um energético que,
em vez de me dar asas, me fez descer pelo tubo. Quando dei por mim, boiava no Ribeirão
do Onça.
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
DINHEIRO
Em
tempos passados, Juca Monteiro ganhou rios de dinheiro vendendo os anéis de
Saturno para lunáticos, sonhadores, ingênuos e crédulos em geral. Hoje ele não
se lembra onde escondeu aquela nota de vinte reais para comprar guloseimas na
padaria da esquina.
https://www.facebook.com/paulocezar.ventura/posts/1914465738570350
terça-feira, 24 de outubro de 2017
PARÁGRAFO
Saulo
tentou seguir as regras escrevendo certo em linhas retas. O texto, no entanto,
saiu queimado do forno e os versos por demais apimentados. Para corrigir, enxugou
frases molhadas, regou palavras secas, floreou versos. Mas, escorregou naquele
parágrafo impertinente atravessando o ritmo.
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
RIO
Saulo parou na ponte para ouvir o rio. Esperava que as águas
contassem, com seu murmúrio, uma estória que calasse a angústia que carregava, ou
indicasse possibilidades. Como todos, o rio também parecia dizer que ele tinha
a resposta. Não pulou. Voltou para casa e escuta Tschaikowsky.
domingo, 22 de outubro de 2017
POEMA
O
livro de poesias encontrado na estante tinha seu nome como autor: “Poemas de
amor para Adélia”, de Juca Monteiro. Logo no primeiro poema, lia-se: “aquele
amor tão leve como pluma”. Era tudo que ele queria hoje, não em um passado
esquecido.
- Juca, vem jantar.
– Quem é você?
– Juca, sou eu, Adélia.
MEIAS
-
Responda-me sem meias verdades. Essas meias coloridas até os
meios das canelas não estão meio ridículas?
-
Você é ridículo. Então, sem meias inquietações.
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
FITA
Saulo
carrega nos braços uma fita preta. Luto? Protesto? Um pouco de tudo. Indignação
pela morte de tantas pessoas pretas no Brasil e no mundo. Assassinadas. Pensou
em tantas mulheres negras e indígenas violentadas e que geraram pessoas
mestiças. Como ele.
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