08/09/2013
O primeiro dia é o dia da verdade. Para começar, café da
manhã completo: uma tigela de cereais com legumes, suco de laranja, ovos
mexidos, um bolinho frito de legumes, um pedaço de camembert, um pequeno pedaço
de Rochefort, café. Ainda peguei uma banana e uma maçã para o lanche durante a
pedalada. E começamos o dia, o primeiro dia de pedalada entre Londres e Paris.
Roupas arranjadas, bicicleta no ponto, fotos de despedida, beijos e abraços na
mulher. Colegas prontos também, e pernas para que vos quero?..
A partida em um domingo facilitou o início de viagem, o
pouco trânsito nos ajudou bem. A travessia de Chelsea Bridge nos agraciou com
um último olhar ao Tâmisa (os últimos olhares sempre fazem parte de toda
narrativa de viagem). Sol claro, tudo parecia muito bem. O guia de viagem que
carregávamos conosco, cuja versão online é visto em http://www.avenuevertelondonparis.com/
mostra o mapa do trajeto, faz referências a lugares, hotéis e restaurantes nas
cidades por onde passamos. E os caminhos tem plaquinhas de indicação da ROTA 20
(o nome do trajeto Londres-Paris) que nos conduzia quase sem erro. No entanto,
foi necessária muita atenção porque o trajeto alterna ruas e avenidas
movimentadas, embora com ciclovias, e caminhos estreitos em parques e avenidas,
veredas e áreas urbanas dos subúrbios londrinos. Às vezes a indicação vem no
último momento e quase nos perdemos. Aliás, nos perdemos. Em Couldson deparamos
com uma rotatória complicada, todas as saídas tinham indicações para bicicleta,
nenhuma delas indicava a Rota 20. Subimos um morro enorme e de grande aclive,
somente no alto percebemos que tínhamos errado e voltamos à rotatória, uns cinco
quilômetros perdidos. Nesse ponto haviam falhas no mapa e nas indicações
locais. O lado positivo da subida ao morro foi colocar à prova nosso preparo físico e mental. Passamos todos no teste.
Nessa encruzilhada chegamos a uma encruzilhada técnica
também. Começou a chover forte. Bem forte. Mas estávamos ao lado da Couldson
Station, pegar o trem foi a melhor solução do momento. Sabem o que é chuva a
dez graus de temperatura? Ela escorre pelo pescoço, esfria sua vestimenta,
molha seus pés e gela seu corpo. Antes de alguém adoecer pegamos o trem para
Redhill, o último vagão do mesmo acolhe bicicletas sem pagamento extra (2,50
Libras o bilhete). Em Redhill rapidamente encontramos um hotel familiar e
pequenino (indicação do guia e localização via GPS do celular), alugamos um
quarto com três camas. A proprietária se chama Rose, uma senhora de uns setenta
anos, simpática e acolhedora. Guardamos a bicicleta nos fundos da casa, subimos
ao quarto, banho, secagem de roupas com o secador de cabelos, recarga de
celulares e dispositivos midiáticos, pente nos poucos cabelos de nossas cabeças
e procura de um restaurante. O hotel é o Brompton Guest House, em 6, Crossland Road, Redhill RH1 4AN, Inglaterra,
30 Libras por pessoa, café da manhã incluído (http://www.bromptonguesthouse.com).
Saímos
para jantar e encontramos um bom restaurante em um outro hotel na esquina da
mesma rua (The
Home Cottage, Pub & Dining). Meu jantar foi: peixe hourgot com batatas e agrião, salada de
legumes e um vinho muito bom, o Domaine Condamine L’Évèque (21 Libras). O
jantar ficou em 65,50 Libras, deixamos 70 libras, a diferença foi pelo sorriso
e atenção da jovem garçonete. Saciados, voltamos ao hotel para uma noite bem
dormida.
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