22/03/2014
Esse foi o dia da viagem para El Chalten. Saímos do hotel às
sete horas e trinta minutos e nos dirigimos até a estação de ônibus da Caltur
que sai oito horas , com chegada a El Chalten as onze horas, no hotel Altas
Cumbres, muito bom hotel. A cidade tem três mil habitantes e vive
exclusivamente do turismo. É uma cidade aberta, só tem casas, sem prédios e sem
muros. Aliás, não vi muros na Argentina. Deixamos nossas coisas no hotel e
saímos para comer, hora do almoço. Paramos em um bar-restaurante que anunciava
comidas vegetarianas e crepe. Pedimos crepe, chá e café.
O bar tinha uns temas xamânicos como decoração, o
proprietário era um jovem de cabelos longos, sorridente e gentil, nos atendeu
muito bem, a crepe estava deliciosas e a música era de Pink Floyd, do disco The
Dark Side of the Moon, mas em ritmo de reggae jamaicano e muito bonito. Um
pouco antes tínhamos passado por um armazém onde comprei água e dois
chocolates.
Nosso destino era ir ao escritório da Patagônia Aventura
onde, às quatorze horas, tomaríamos o barco para uma navegação no lado Vidma.
Como chovia muito, e aumentava, a viagem foi cancelada. Voltamos ao hotel sob
muita chuva e vento, eu cheguei molhado, tirei as roupas e entrei sob as cobertas
para aquecer-me. O dia foi de calma.
Terminei de ler o livro do Marc Levy “Et si c’était vrai”
(Éditions Robert Laffont AS, Paris, 2000), vou marcar umas passagens
interessantes que, creio, irão acrescentar em minha prática de Coaching. A
tradução é minha.
Páginas 207 e 208
“Todos os dias, ao acordar, você tem oitenta e seis mil e
quatrocentos reais em sua conta com a condição de gastá-los durante o dia, o
saldo não utilizado até ir dormir sendo retirados da conta, e o jogo pode
terminar a qualquer momento. A pergunta é: o que faria com esse dinheiro? Ao
acordar de novo você tem mais oitenta e seis mil e quatrocentos reais para
gastar durante o dia, e os depósitos poderão terminar a qualquer momento, sem
avido prévio.
Porque esse número mágico? Que são esses oitenta e seis mil
e quatrocentos reais, na verdade? Oitenta e seis mil e quatrocentos é o número
de segundos de vida em um dia que temos creditado em nossa conta. O “banco”
pode fechar a nossa conta a qualquer momento. Então, o que fazemos com nossos oitenta
e seis mil e quatrocentos segundos cotidianos? Os segundos de vida não são mais
importantes que o dinheiro?”
Página 187
“Nada é impossível. Só os limites de nossas almas definem
certas coisas como inconcebíveis. Precisa-se resolver sempre várias equações
para admitir um novo raciocínio. É uma questão de tempo e de limites de nossos
cérebros. Transplantar um coração, fazer voar um avião de trezentas toneladas,
caminhar na Lua, tudo isso demandou trabalho e, principalmente, de muita
imaginação. Então, quando nossos sábios mais sábios declaram ser impossível de
transplantar um cérebro, de viajar à velocidade da luz, de clonar um ser
humano, eu digo que, finalmente, eles não aprenderam nada de seus próprios
limites, ou seja, de imaginar que tudo é possível e que é uma questão de tempo,
de tempo e de compreender como isso é possível”
Página 160 – sobre a morte
“Uma vez que tenha passado um bom dia, que tenha se
levantado cedo para me acompanhar em uma pescaria, que tenha corrido,
trabalhado e que está cansado à noite e, finalmente, mesmo que não goste de
dormir, você ficará feliz de se colocar sob as cobertas e encontrar o sono.
Esta noite você não terá medo da noite e de dormir.
A vida é um pouco assim também. Se bem a viveu terá certa
tranquilidade em dizer que um dia descansará. Talvez, com o tempo, nossos
corpos nos impõem as coisas com menor facilidade, tudo é mais difícil e
fatigante, então a ideia de dormir para sempre não nos provoque mais medo como
antes”.
Páginas 117 – 118: ver o momento presente, o entorno, sentir
as coisas, a harmonia da vida.
“Quantos entre nós são capazes de esquecer num instante seus
problemas para se maravilharem com este espetáculo inesquecível? A maior
inconsciência do homem é a sua própria vida”.
Página 84 –
“Identificar a felicidade que está a seus pés, ter a coragem
de se abaixar para pegá-la em seus braços e a guardar, é a inteligência do
coração. A inteligência sem essa do coração não é nada mais que a lógica e isso
não é grande coisa”.
Finalmente fomos jantar em La Cervezaria, super merecidos cento
e quarenta e quatro reais de um belo jantar, com vinho em vez de cerveja. Muito
bem servidos, ótimo jantar.
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