quinta-feira, 10 de setembro de 2015

RELATOS DE VIAGEM À PATAGÔNIA - DIA 14


22/03/2014

Esse foi o dia da viagem para El Chalten. Saímos do hotel às sete horas e trinta minutos e nos dirigimos até a estação de ônibus da Caltur que sai oito horas , com chegada a El Chalten as onze horas, no hotel Altas Cumbres, muito bom hotel. A cidade tem três mil habitantes e vive exclusivamente do turismo. É uma cidade aberta, só tem casas, sem prédios e sem muros. Aliás, não vi muros na Argentina. Deixamos nossas coisas no hotel e saímos para comer, hora do almoço. Paramos em um bar-restaurante que anunciava comidas vegetarianas e crepe. Pedimos crepe, chá e café.

O bar tinha uns temas xamânicos como decoração, o proprietário era um jovem de cabelos longos, sorridente e gentil, nos atendeu muito bem, a crepe estava deliciosas e a música era de Pink Floyd, do disco The Dark Side of the Moon, mas em ritmo de reggae jamaicano e muito bonito. Um pouco antes tínhamos passado por um armazém onde comprei água e dois chocolates.

Nosso destino era ir ao escritório da Patagônia Aventura onde, às quatorze horas, tomaríamos o barco para uma navegação no lado Vidma. Como chovia muito, e aumentava, a viagem foi cancelada. Voltamos ao hotel sob muita chuva e vento, eu cheguei molhado, tirei as roupas e entrei sob as cobertas para aquecer-me. O dia foi de calma.

Terminei de ler o livro do Marc Levy “Et si c’était vrai” (Éditions Robert Laffont AS, Paris, 2000), vou marcar umas passagens interessantes que, creio, irão acrescentar em minha prática de Coaching. A tradução é minha.

Páginas 207 e 208
“Todos os dias, ao acordar, você tem oitenta e seis mil e quatrocentos reais em sua conta com a condição de gastá-los durante o dia, o saldo não utilizado até ir dormir sendo retirados da conta, e o jogo pode terminar a qualquer momento. A pergunta é: o que faria com esse dinheiro? Ao acordar de novo você tem mais oitenta e seis mil e quatrocentos reais para gastar durante o dia, e os depósitos poderão terminar a qualquer momento, sem avido prévio.
Porque esse número mágico? Que são esses oitenta e seis mil e quatrocentos reais, na verdade? Oitenta e seis mil e quatrocentos é o número de segundos de vida em um dia que temos creditado em nossa conta. O “banco” pode fechar a nossa conta a qualquer momento. Então, o que fazemos com nossos oitenta e seis mil e quatrocentos segundos cotidianos? Os segundos de vida não são mais importantes que o dinheiro?”

Página 187
“Nada é impossível. Só os limites de nossas almas definem certas coisas como inconcebíveis. Precisa-se resolver sempre várias equações para admitir um novo raciocínio. É uma questão de tempo e de limites de nossos cérebros. Transplantar um coração, fazer voar um avião de trezentas toneladas, caminhar na Lua, tudo isso demandou trabalho e, principalmente, de muita imaginação. Então, quando nossos sábios mais sábios declaram ser impossível de transplantar um cérebro, de viajar à velocidade da luz, de clonar um ser humano, eu digo que, finalmente, eles não aprenderam nada de seus próprios limites, ou seja, de imaginar que tudo é possível e que é uma questão de tempo, de tempo e de compreender como isso é possível”

Página 160 – sobre a morte
“Uma vez que tenha passado um bom dia, que tenha se levantado cedo para me acompanhar em uma pescaria, que tenha corrido, trabalhado e que está cansado à noite e, finalmente, mesmo que não goste de dormir, você ficará feliz de se colocar sob as cobertas e encontrar o sono. Esta noite você não terá medo da noite e de dormir.
A vida é um pouco assim também. Se bem a viveu terá certa tranquilidade em dizer que um dia descansará. Talvez, com o tempo, nossos corpos nos impõem as coisas com menor facilidade, tudo é mais difícil e fatigante, então a ideia de dormir para sempre não nos provoque mais medo como antes”.

Páginas 117 – 118: ver o momento presente, o entorno, sentir as coisas, a harmonia da vida.
“Quantos entre nós são capazes de esquecer num instante seus problemas para se maravilharem com este espetáculo inesquecível? A maior inconsciência do homem é a sua própria vida”.

Página 84 –
“Identificar a felicidade que está a seus pés, ter a coragem de se abaixar para pegá-la em seus braços e a guardar, é a inteligência do coração. A inteligência sem essa do coração não é nada mais que a lógica e isso não é grande coisa”.

Finalmente fomos jantar em La Cervezaria, super merecidos cento e quarenta e quatro reais de um belo jantar, com vinho em vez de cerveja. Muito bem servidos, ótimo jantar.


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