Tem coisas que a gente devia aprender na escola e não aprende. Uma das mais importantes é como lidar com o dinheiro. Em todas as circunstâncias: como ganhar dinheiro, como gastar bem, como economizar, como aplicar no mercado financeiro, como entender o mercado, esse ser esotérico, metafórico, colérico, que nos parece meio mágico.
Segundo conta o Vô Ventura, o
dinheiro que ele ganhava na infância vendendo verduras nas ruas, ele entregava
para seu pai. A família tinha poucas posses e aquele dinheiro ajudava bastante
no cotidiano da família. Ele não ficava nem com uma comissão de suas próprias
vendas. Esse foi o grande erro do bisavô. Porque o Vô trabalhava pra caramba
naquela horta, plantando couves e tomates, alfaces e inhames. Deu um duro danado,
mas não aprendeu a lidar com o dinheiro. Sua vida poderia ser bem diferente se
aprendesse sobre finanças, além das hortaliças. Sobre como usar o dinheiro
ganho com a venda das hortaliças que ele plantava.
Hoje ele escreve livros, suas novas
hortaliças. Ele não come seus livros, nem mesmo metaforicamente. Porque
aprendeu a escrevê-los, não a vendê-los. Precisa urgente, a esta altura de sua
vida, aprender a vender. Trabalhou como empregado, ganhando um salário mensal
que, sabemos, é sempre bem menor que o real valor do trabalho entregue.
É assim o mundo dos negócios, o mundo
do trabalho. As organizações e empresas pagam apenas a sobrevivência de seus
empregados, nunca os seus sonhos, nunca o que suas competências valem.
As pessoas envelhecem. Depois de algum
tempo não conseguem mais viver do trabalho, apenas daquilo que a sociedade, os
governantes e os patrões dizem que ele vale. O que é sempre bem menos que o valor
real da vida, do suor, das dificuldades, dos aprendizados, das competências e
saberes de cada um.
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