III – Passeios aleatórios em Paris
Paris não é uma cidade qualquer. Ela é indefinível. Para
mim, uma das cidades mais belas que conheci. Não viajei tanto assim, talvez
tenha conhecido umas mil cidades em toda minha vida, muitas delas muito
bonitas, com atrações tão singulares e por isso tomam um pequeno espaço em
minha memória. O fato, no entanto, é que habitei na vizinhança de Paris por uns
quatro anos. E a cidade onde morei está a uns vinte quilômetros de Paris e pelo
menos três vezes na semana eu a visitava por alguma razão. Para estudo, de
passagem para outras cidades vizinhas, ou simplesmente a passeio, para
perambular por suas ruas.
Eu e alguns amigos brasileiros elegemos um bar onde íamos tomar
uma cerveja às sextas-feiras à tarde: L’Irlandais na Place de Contrescape, no
Quartier Latin. Sempre o mesmo bar. E mudamos a rotina do mesmo. O proprietário
contratou um garçom português só para nos servir. Isso porque consumíamos
bebida e comida e só pagávamos a conta ao final. Diferente dos franceses que
pagam seu consumo antes de consumi-lo.
O melhor lugar para almoçar era em um restaurante grego,
também no Quartier Latin, bem próximo ao Sena e à Catedral de Notre Damme. Uma
comida simples, rápida e suculenta. Deliciosa. Uma visita ao Musée d’Orsay
também era obrigatória pelo menos uma vez por mês. Lá ficam expostos vários
trabalhos dos Impressionistas, algo estupendo.
Nem sei quantas vezes subi a Torre Eiffel. Sempre que um
brasileiro me visitava, obrigatoriamente eu deveria conduzi-lo ao alto da
Torre. Por fim, eu ficava esperando em baixo, na grande praça onde ela se
localiza. Ou então sentava-me na mureta à margem do Sena e ficava a admirá-lo,
ou a ler.
Não conheci a cidade inteira. Paris é menor que Belo
Horizonte, em área urbana, mas tem mais ou menos a mesma população. O momento
chique de minhas perambulações foi chegar a Paris, vindo de Londres, de
bicicleta. Outra história que deve ficar na memória para ser contada depois do
anoitecer. Minha temporada em Paris rendeu-me vários acontecimentos memoráveis,
será sempre um prazer contar em uma roda de conversa, ou apenas deixar
registrados em relatos em forma de crônicas. Não me furtarei a contá-los em
algum momento de minha vida, antes e depois do anoitecer.
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