quinta-feira, 28 de abril de 2022

MEMÓRIAS PARA DEPOIS DO ANOITECER - III

 III – Passeios aleatórios em Paris

Paris não é uma cidade qualquer. Ela é indefinível. Para mim, uma das cidades mais belas que conheci. Não viajei tanto assim, talvez tenha conhecido umas mil cidades em toda minha vida, muitas delas muito bonitas, com atrações tão singulares e por isso tomam um pequeno espaço em minha memória. O fato, no entanto, é que habitei na vizinhança de Paris por uns quatro anos. E a cidade onde morei está a uns vinte quilômetros de Paris e pelo menos três vezes na semana eu a visitava por alguma razão. Para estudo, de passagem para outras cidades vizinhas, ou simplesmente a passeio, para perambular por suas ruas.

Eu e alguns amigos brasileiros elegemos um bar onde íamos tomar uma cerveja às sextas-feiras à tarde: L’Irlandais na Place de Contrescape, no Quartier Latin. Sempre o mesmo bar. E mudamos a rotina do mesmo. O proprietário contratou um garçom português só para nos servir. Isso porque consumíamos bebida e comida e só pagávamos a conta ao final. Diferente dos franceses que pagam seu consumo antes de consumi-lo.

O melhor lugar para almoçar era em um restaurante grego, também no Quartier Latin, bem próximo ao Sena e à Catedral de Notre Damme. Uma comida simples, rápida e suculenta. Deliciosa. Uma visita ao Musée d’Orsay também era obrigatória pelo menos uma vez por mês. Lá ficam expostos vários trabalhos dos Impressionistas, algo estupendo.

Nem sei quantas vezes subi a Torre Eiffel. Sempre que um brasileiro me visitava, obrigatoriamente eu deveria conduzi-lo ao alto da Torre. Por fim, eu ficava esperando em baixo, na grande praça onde ela se localiza. Ou então sentava-me na mureta à margem do Sena e ficava a admirá-lo, ou a ler.

Não conheci a cidade inteira. Paris é menor que Belo Horizonte, em área urbana, mas tem mais ou menos a mesma população. O momento chique de minhas perambulações foi chegar a Paris, vindo de Londres, de bicicleta. Outra história que deve ficar na memória para ser contada depois do anoitecer. Minha temporada em Paris rendeu-me vários acontecimentos memoráveis, será sempre um prazer contar em uma roda de conversa, ou apenas deixar registrados em relatos em forma de crônicas. Não me furtarei a contá-los em algum momento de minha vida, antes e depois do anoitecer.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CARTA PARA EU CRIANÇA

  Não me lembro do dia em que esta foto foi tomada. Minha irmã, essa aí dos olhos arregalados, era um bebê de alguns meses e eu devia ter me...