Levanto e vou escrever. E assim
começo os dias, em todos os dias de quarentena. Ou melhor, em quase todos.
Depende de que horas acorda minha companheira. Ela é um pouco mais dorminhoca
que eu, acordo mais de uma hora antes dela. Há dias em que começo a escrever e
volto para a cama, se ela está acordada fico com ela mais um pouco. Aí, já viu,
né? O corpo pede um chamego, um carinho, e ... a manhã começa mais tarde, o
texto se interrompe e continua depois. Hoje, como meu dedão do pé estava
ferido, não voltei para a cama. Isso porque, ao me levantar apanhei o celular
em algum lugar da casa (não o deixo no quarto), ele escorregou de minha mão.
Para que não chocasse com o chão o moço aqui, em um reflexo de atleta ninja o
amortece com o pé. Qual pé? Aquele com o dedão ferido. O pé mais ágil, o
esquerdo. E onde o aparelho cai? Adivinhou se respondeu que ele caiu exatamente
em cima do dedão do pé esquerdo. Passada a dor, café com ela e começo a
escrever.
Hoje precisei levar uns livros ao
correio para despachá-lo para um amigo que me comprou oito exemplares dos Diálogos
do Ser-Tão. O Correio trabalha com horário reduzido, começa às dez e trinta e
havia uma fila grande, doze pessoas para serem atendidas antes de mim, uma
demora de mais de mais de trinta minutos. Depois enfrentei a fila do
supermercado, e a fila de entrada lá foi de quase uma hora também. Em seguida,
uma visita ao sacolão, a fila era menor, comprei o mais rápido que foi
possível. Voltei para casa eram quatorze horas. Quase três horas para entrar e
comprar em três estabelecimentos comerciais. Pelo menos os cuidados com a
manutenção da distância, por parte dos estabelecimentos, eram visíveis.
Encontrei outra pessoa que usava o
mesmo tipo de máscara caseira que eu: um lenço perfex, desses de uso na cozinha,
para limpeza, dobrado e preso com uma fita atrás da orelha. EU vi uma médica
ensinando a fazer através de um vídeo que me foi enviado por WhatsApp, penso
eu.
Fui convidado pela Ana Cruz a
participar de uma teleconferência via internet, com pessoas de seu grupo de
clientes de terapia, a dar explicações sobre a parte de física quântica do
livro A Cura Quântica. Procurei dar o máximo de embasamento científico para
afirmar que a tal cura do autor não é quântica. É outra coisa. Que pode ser
puro charlatanismo. Só que não sou dono da verdade para dizer: não é, o autor
está errado. Tenho uma formação de cientista, e como tal, a dúvida é minha
parceira. A dúvida é a maior ferramenta do cientista. Sem a dúvida a Ciência não
avança. Por isso desconfiamos de autores que afirmam tudo com tanta certeza. Os
fenômenos quânticos não se explicam com afirmações assertivas, elas se explicam
com a experiência. Precisamos, então, de mais pesquisa sobre a consciência e a
memória para termos um mínimo de certeza sobre os fenômenos de cura e da
consciência. Senão, caímos no campo da seita.
Depois da teleconferência, que durou
quase duas horas, terminamos o dia com a sopa do Guto, nosso vizinho. Que estava
uma delícia.
Sigamos em frente.
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