Hoje é sábado de Páscoa. Em outros
tempos haveria malhação do Judas com muita festa, muita graça. Mas em tempos de
quarentena temos que manter o isolamento a distância social, trancados em casa.
Eu estou trancado desde o dia dezesseis de março, quase não vejo ninguém, não
saio à rua, apenas para abastecer minha geladeira e comprar uma ou outra coisa
necessária para nossa manutenção em casa. Tenho livros, tenho discos, tenho uma
conexão com o mundo através das redes sociais, etc. Então, mantenho uma
distância nem tão isolada assim, já que posso me comunicar com o mundo, com os
amigos conhecidos e desconhecidos. Todos estamos na mesma onda, todos com medo.
Hoje eu li uma frase interessante
sobre o medo. “Medo a gente tem, mas não usa”. Era de uma pessoa que tem que
lidar cotidianamente com situações provocadoras de medo. Mas não pode se
entregar ao medo. Guardei a frase para mim. Tenho medo de pegar o vírus? Sim,
tenho medo, mas não o uso. Me previno ao máximo, mas não uso o medo. Porque o medo
nos impede de agir em casos graves, mas precisamos dele para duas coisas: para
ter coragem e para não correr riscos desnecessários. Estranho? Aparentemente
contraditório, correto, no entanto. Tenho medo, mas não quero usá-lo. Muito
chique.
Trabalhei durante a manhã na
confecção de jardins suspensos com paletes catadas em um desmanche. São paletes
com defeitos e descartados, por isso, mas ainda úteis em mãos interessadas em
construir alguma coisa. A madeira não é lá grandes coisas, mas têm, no entanto,
um belo visual para o que pretendo fazer. Como não tenho muito espaço de terra
eu o usarei para construir canteiros verticais para plantar hortaliças. Estão
ficando bonitos.
Depois do almoço dei início à minha
carreira de cineasta. Filmei a companheira elaborando um prato para seu público
de seguidores no You Tube: cozinhando com a Gurgelita. O prato foi Quadradinhos
de Tapioca, com tapioca granulada, queijo coalho, leite e sal, apenas. Filmando
o processo de elaboração do prato desde a apresentação dos ingredientes até a
degustação com a iguaria pronta. Foram oito tomadas de cena, cada uma com uns
dois minutos em média, o que deve dar um filme com duração entre doze e quinze
minutos. Os vídeos foram repassados para o editor que deve colocar o filme no
ar brevemente. Veremos. Óbvio que lanchamos o produto final, com café. E ficou
muito bom Parabéns à Gurgelita.
Amanhã devemos ir a Ouro Preto. Minha
companheira tem um endereço lá, uma quitinete super legal, um lugar onde
podemos ir para ficar uns dias sempre que quisermos. Vale a pena mantê-lo. Uma
pena que estamos confinados em nosso endereço principal por causa de Seu Corona.
Espero que no fim tudo dê certo. Sigamos em frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário