sábado, 11 de abril de 2020

DIÁRIO DA QUARENTENA IX – 11/04/2020


Hoje é sábado de Páscoa. Em outros tempos haveria malhação do Judas com muita festa, muita graça. Mas em tempos de quarentena temos que manter o isolamento a distância social, trancados em casa. Eu estou trancado desde o dia dezesseis de março, quase não vejo ninguém, não saio à rua, apenas para abastecer minha geladeira e comprar uma ou outra coisa necessária para nossa manutenção em casa. Tenho livros, tenho discos, tenho uma conexão com o mundo através das redes sociais, etc. Então, mantenho uma distância nem tão isolada assim, já que posso me comunicar com o mundo, com os amigos conhecidos e desconhecidos. Todos estamos na mesma onda, todos com medo.
Hoje eu li uma frase interessante sobre o medo. “Medo a gente tem, mas não usa”. Era de uma pessoa que tem que lidar cotidianamente com situações provocadoras de medo. Mas não pode se entregar ao medo. Guardei a frase para mim. Tenho medo de pegar o vírus? Sim, tenho medo, mas não o uso. Me previno ao máximo, mas não uso o medo. Porque o medo nos impede de agir em casos graves, mas precisamos dele para duas coisas: para ter coragem e para não correr riscos desnecessários. Estranho? Aparentemente contraditório, correto, no entanto. Tenho medo, mas não quero usá-lo. Muito chique.
Trabalhei durante a manhã na confecção de jardins suspensos com paletes catadas em um desmanche. São paletes com defeitos e descartados, por isso, mas ainda úteis em mãos interessadas em construir alguma coisa. A madeira não é lá grandes coisas, mas têm, no entanto, um belo visual para o que pretendo fazer. Como não tenho muito espaço de terra eu o usarei para construir canteiros verticais para plantar hortaliças. Estão ficando bonitos.
Depois do almoço dei início à minha carreira de cineasta. Filmei a companheira elaborando um prato para seu público de seguidores no You Tube: cozinhando com a Gurgelita. O prato foi Quadradinhos de Tapioca, com tapioca granulada, queijo coalho, leite e sal, apenas. Filmando o processo de elaboração do prato desde a apresentação dos ingredientes até a degustação com a iguaria pronta. Foram oito tomadas de cena, cada uma com uns dois minutos em média, o que deve dar um filme com duração entre doze e quinze minutos. Os vídeos foram repassados para o editor que deve colocar o filme no ar brevemente. Veremos. Óbvio que lanchamos o produto final, com café. E ficou muito bom Parabéns à Gurgelita.
Amanhã devemos ir a Ouro Preto. Minha companheira tem um endereço lá, uma quitinete super legal, um lugar onde podemos ir para ficar uns dias sempre que quisermos. Vale a pena mantê-lo. Uma pena que estamos confinados em nosso endereço principal por causa de Seu Corona. Espero que no fim tudo dê certo. Sigamos em frente.



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