11 de março de 2014
De pé às seis horas de novo. É a hora que nos acostumamos a
despertar. Uau, tão cedo por quê? Mesmo em férias nossos hábitos permanecem.
Com isso arrumamos nossa bagagem com calma, tomamos uma boa ducha e fomos ao
café da manhã. Que não era no hotel. Foi um café da manhã em um café vizinho ao
hotel, que se chama Hotel Pop. Pop mas sem restaurante ou bar. O café em questão
abriu às 08h5min, às oito já estávamos à espera na porta, sem problemas, não
somos estressados, embora sabíamos que o taxi nos pegaria às oito e meia para
nos levar ao aeroporto. O serviço do café nos surpreendeu: um suco de laranja,
duas torradas de pão de forma, frutas à vontade (banana, melão, maçã e pera
descascadas e picadas), um croissant (aqui chamam de média luna), marmelada e
creme de queijo, café com leite e água mineral com gás. Maravilha. Voltamos ao
hotel, eram exatas oito e meia e o taxi nos esperava. Descemos as malas e já
para o aeroporto. Que se localiza às margens do Rio do Prata, em meio ao
trânsito. Buenos Aires é enorme, as distâncias são longas, tudo é muito longe,
como São Paulo.
O aeroporto Aeroparque se parece com todos os aeroportos:
gente apressada, gente relaxada, serviço de companhias aéreas razoável, desde
que não haja nenhum incidente, claro, senão as pessoas entram em pânico e os
funcionários não estão preparados para atender pessoas em pânico, isso também é
normal no mundo todo. Além de pessoas em pânico, os aeroportos são ótimos
locais de encontro de pessoas que se acham melhores que os outros e exigem
atendimento vip, ou que o pânico delas deve ser resolvido em primeiro lugar.
Aeroportos são lugares de encontro de vaidades de todos os matizes. E tem
lojas, vende-se de tudo nos aeroportos e com preços maiores que em outros
lugares.
E lá vamos nós para Ushuaia, com escala em El Calafate. Hora
do voo, 10h50min; hora da partida, 11h10min; tempo de voo, 3h20min até El
Calafate; tempo de espera em El Calafate, 35min; tempo de voo de El Calafate
até Ushuaia, 1h. Voo lotado, metade dos passageiros desce em El Calafate, e lá
enche de novo. Chegada a Ushuaia, 16h20min; tempo de espera das malas, 20min.
Tínhamos um carro já alugado no aeroporto, pegamos um
Ecosport e partimos ruma à Estância Rolito, onde passamos a noite. Temperatura
externa de cinco graus (que frio), nevava ligeiramente e o vento era cortante.
As orelhas gelaram imediatamente. Entramos no carro, esse logo se aqueceu e,
estrada que te quero.
Uma vez no carro passamos a cidade de Ushuaia pelo caminho
beira-mar. O porto estava pleno de navios, inclusive um muito grande, de
cruzeiro. Na saída da cidade a polícia rodoviária nos parou e pediu passaporte,
anotou nossos nomes e para onde íamos. Não sei se era rotina ou se foi chatice
mesmo. No entanto, o policial tinha uma cara simpática e foi muito gentil
conosco. Depois ficamos sabendo que eles sempre param todos que tomam o caminho.
Continuamos. A estrada é belíssima, passamos entre montanhas
muito altas e com vistas belíssimas para vales e lagos. Muitos e grandes lagos.
No caminho nos demos conta que não tínhamos nada para comer. Almoçamos apenas
biscoitinhos de voo, mesma coisa das companhias aéreas brasileiras. E, à medida
que avançávamos na estrada, percebemos que entrávamos em regiões despovoadas,
sem nada, absolutamente nada, às margens da estrada. Só encontramos alguma
coisa na cidade de Tolhuin, a cem quilômetros de Ushuaia. Entramos na cidade e
encontramos uma padaria muito boa e barata. Comemos pouco, uma vez que faltava
apenas mais quarenta quilômetros para nosso destino e éramos esperados para
jantar. Estávamos chegando à Estância Rolito, a cento e quarenta quilômetros de
Ushuaia, para passar a noite e conhecer uma autêntica fazenda da Patagônia.
Chegamos por volta de 19h e fomos recebidos pela família proprietária da
estância: Annie, Pepê, e os filhos Luiz e Ana, com uma surpresa: todos falam
francês. Imaginei como isso é possível? Fazendeiros lá da Terra do Fogo falando
fluentemente o francês. Para Hélène e Bernard, nossos amigos e companheiros de
viagem, franceses foi muito bom. Para nós também, não precisaríamos traduzir do
espanhol para o francês.
Ocupamos os nossos quartos e nos preparamos para ouvir
histórias. E foram muitas histórias. Passo a contar algumas delas.
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