Trabalhando muito. Sempre trabalhei muito. Não consigo ficar sem trabalhar. A diferença, hoje, é que trabalho em um ritmo mais lento. Não tenho mais compromisso com a produtividade, não tenho mais compromisso com nenhuma empresa. Só tenho compromisso com a minha consciência, com a minha vontade de deixar um legado. Quero que se lembrem de mim de alguma forma.
Trabalhei mais de quarenta anos como professor, em várias instituições, e sempre ouvia a pergunta: - professor, você só dá aulas ou trabalha também? – Como se dar aulas não fosse trabalho.
O conceito de trabalho era bater cartão em uma empresa, assinar o ponto, o que excluía os empreendedores de toda ordem. Hoje o conceito mudou, ampliou-se a ideia de trabalho.
Ter um negócio é trabalho, escrever um livro é trabalho, varrer a casa é trabalho, e por aí vai. Eu me levanto cedo e vou escrever. Isso é trabalho. Depois vou levar o cachorro para passear e dar uma caminhada: cuidar é trabalho. Depois volto a escrever, continuo a trabalhar. Ao meio dia, vamos para a cozinha preparar o rango, mais trabalho. À tarde, atendo pessoas, resolvo problemas meus e alheios, estudo, converso, vendo livros, etc.
Tudo isso é trabalho. Só vou dormir depois de vinte e duas horas, quando me desligo e vou me deitar. Ou seja, trabalho o dia todo. E isso porque não tenho compromisso com a produtividade, porque produzo para o mundo, não para uma empresa em particular. Meu compromisso é com o mundo, com meus filhos e netos e com os filhos e netos do mundo. E o que faço é para eles. Trabalho, trabalho, trabalho.
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