Sempre que olho para minhas mãos e dedos grandes me
interrogo se não desperdicei minha vida. Não seriam elas talhadas para fazer
coisas interessantes? Como jogar tênis, por exemplo, embora jogar tênis dependa
mais dos pés que das mãos. Penso então que poderia ser marceneiro, escultor,
entalhador, massagista, estivador, pianista, percursionista, malabarista,
açougueiro, padeiro e muitas outras profissões possíveis onde mãos grandes
teriam boa serventia. Fui ser professor. Essas mãos e dedos grandes empunhando
um ridículo giz (hoje se usa pincel), ou teclando os laptops e tablets e
errando as teclas cada vez menores não combinam.
Aí lembro-me de duas coisas. Não existe uma relação
determinada entre forma e função, mãos grandes ou pequenas podem fazer qualquer
coisa. Basta achar o jeito. E que o principal articulador da relação
forma-função é o cérebro e ele não se importa com tamanhos de mãos ou de pés.
Grande ou pequeno é o talento adquirido. Aí não me sinto nem disforme nem
disfuncional. Sou um bom professor de mãos e dedos grandes.
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