“Não perca tempo correndo atrás daquilo que perdeu no
passado. Enquanto isso você pode perdendo coisas importantes no presente”. Essa
frase é dita em um filme dirigido pelos ótimos irmãos Cohen. E faz pensar. Ela
tem múltiplas interpretações como todas as frases filosóficas, como todos os
aforismos, desde Sêneca. Cada um faz uma leitura. Dependendo de sua posição e
daquilo que pleiteia. Que interpretação
dar quando aquilo que procura está no presente, influenciará seu futuro, e tem
raízes no passado? Ou tudo não é assim? Todo o presente tem raízes no passado.
E o passado pode não ser muito bonito. Mas passou. Não volta. Apenas seus ecos
ficam.
Em se tratando de presente, todos os fatos, que são fatos,
portanto inegáveis, tem sempre mais de uma interpretação possível, e todas as
interpretações tem suas lógicas. As moedas tem duas faces, a lua tem um lado
visível e outro sempre escondido, cada um que vê uma cena a conta de seu jeito,
cada um que vive uma história tem seu olhar diferente para a mesma.
Duro é reviver o mesmo problema anos depois e perceber que a
moral das pessoas envolvidas não mudou: vítimas ontem, vítimas hoje. Fui
recuperar algo que deixei no passado por bobeira, imaturidade e sentimento de culpa, esbarrei
nas mesmas pessoas com as mesmas interpretações lineares e, mais uma vez, perdi
pessoas queridas e amadas. Duro recuperar? Conto apenas com a possível
capacidade delas de olharem através das fendas da história, de perceberem as
nuances dos fatos e saírem de suas linhas retas, sem fazer julgamentos.
Mas como é difícil para as pessoas não fazerem julgamentos!
Como é difícil não condenar o sujeito simplesmente porque não concordam com
seus atos! Não julgamento é uma bela atitude que aprendi a duras penas. Minha
função de hoje o exige para que seja bem sucedida. Quanto a recuperar as
pessoas queridas, não estou otimista. Elas já fizeram seus julgamentos.
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